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Madeira

Tu que nos estás a ler! Já mataste aquela saudade de aeroportos com gente e querer furar filas? Saudade do pessoal a desapertar os cintos assim que o avião toca no chão? Saudades da aflição do pessoal a tirar as malas dos compartimentos para depois ficar em pé a aguardar que abram as portas? Pois nós tínhamos; e finalmente foram mortas (as saudades). Com a incerteza da questão Covid (testes, quarentenas, número de casos não comunicados, etc) decidimos optar pelo seguro e ficar em Portugal. Exatamente, fomos para a Madeira, local onde ainda não tínhamos estado; e foi a altura ideal. Não sabemos como é a Madeira numa situação normal, mas garantidamente deveria ser muito mais confusa do que experienciámos, portanto, para mal da economia local, isso até foi uma boa surpresa para nós. Fazendo o habitual apanhado geral, temos a dizer de nossa justiça que a Madeira parece um destino que só agora está a começar a lidar com turistas…. QUASE todos os funcionários que encontrámos são super apáticos, e alguns casos antipáticos (não respondendo sequer a um bom dia ou boa tarde). Foi talvez a surpresa mais desagradável. O clima do Funchal é relativamente estável, mas se forem para norte, e se o vosso foco for o Trekking, vão apanhar dias de 9 a 19º com ventos frios, e sol a torrar. Claro está, apanhámos os dois uma constipação. Levem roupa da coleção primavera-verão-outono-inverno. Outra coisa gira é a morfologia da Madeira: ou sobes, ou desces. Não há planos. Os pobres carros andam 70% do tempo em 1ª, 2ª e 3ª velocidade. Uma viagem de autocarro na parte mais rústica, é por si só uma aventura a não perder. Come-se bem e barato. Além das ponchas, broas de mel e bolo do caco (muito e com muita manteiga de alho) provem também uma (ou dez) Nikitas! Em relação à parte natural, ficámos bem impressionados com o bom estado e limpeza dos caminhos. As próprias estradas, embora algumas não consigam combater as condições mais adversas, estão em bom estado. Por fim, o nosso percurso baseou-se numa rota ao redor da ilha. Tanto é que acabámos por ficar em diversos hotéis, ao contrário do que acontece normalmente; em que o pessoal assenta cais no Funchal. Além disso, fomos 1 semana e 3 dias. Se forem com o espírito de caminhadas, é uma duração adequada. Caso não queiram algo tão físico, parece-me ser tempo a mais. A menos que gostem de ficar a torrar à beira das imensas piscinas dos imensos hotéis do Funchal, e beber Margaritas e Ponchas! 
 
Dia 1
Aterrámos pacificamente no Funchal e demos uma voltinha a pé para nos entranharmos no ambiente. Deu para passar pelos pontos mais centrais, nomeadamente a cosmopolita e movimentada Avenida do Mar
 
Dia 2 
Fizemo-nos à estrada para Câmara de Lobos, passando antes pelas Poças do Gomes. Piscinas naturais, com um bar panorâmico onde havia ambiente de música disco e muita juventude. O túnel em si estava fechado, pelo que não temos nada a comentar sobre o mesmo 😀. Voltando aos Lobos, é uma localidade pequena, piscatória, com uma baía que abraça todo o limite da mesma, dando guarida aos barquinhos coloridos. Tem alguma street art engraçada e parece ser terra de festa brava nos tempos áureos de convívio social. Há também várias menções ao Sr. do charuto, Sir Churchill, que ao que parece gostava de ficar por estas bandas e dar aso ao seu hobby da pintura. 
 
Subimos depois para irmos ver Curral das Freiras, uma aldeiazinha muito típica, conhecida pelas suas especialidades de castanhas (onde comemos um cheesecake de castanha e caramelo espetacular!. Mas antes…antes…. tínhamos que descer até ao sítio. E fizemos a primeira caminhada. Sempre a descer, é certo, mas muito duro. Foi a primeira. Partimos lá do cimo, do miradouro da Eiras do Serrado
 
 
Ao chegar à vila, pensámos logo em formas de regressar, que não a vencer a gravidade… Vimos uma paragem de autocarro; um dos habitantes prontamente nos informou dos horários, e percebemos que tínhamos autocarro em 15min. Foi o tempo de ver rapidamente a aldeia, comer o tal cheesecake, dar uma voltinha pelas ruas e done! Eis que chega o autocarro, antigo, mudanças manuais (e na verdade tudo o resto era manual). Levou-nos de novo a Eiras, e valeu bem a pena, pela simples experiência de andar num veículos de 10mt nestas estradas. Mais um pouco para oeste temos o Cabo Girão, onde existe uma Skywalk, que é como quem diz uma plataforma em vidro, que permite uma sensação de estarmos à beira do abismo. A vista infinita do mar e do horizonte é indescritível. Mais uma vez, o acesso era gratuito, mas noutros tempos seria pago. 
 
Ainda tínhamos tempo para mais uma paragem, Fajã dos Padres. Fajã é um terreno plano, cultivável, perto do mar. E para aceder à mesma temos duas opções, ou paraquedismo (opção não existente) ou pelo teleférico, que custou a estúpida quantia de 15€. Isto porque lá em baixo, a visita da Fajã podia ser mais dinâmica ou interativa, mas não. Andamos por lá abandonados, sem instruções ou algum contexto sobre o espaço. Podia ser mais bem explorado, justificando o preço pago, mas também potenciando uma visita mais memorável. Ainda assim é giro de ver e parece que estamos num mundo à parte, isolado, rural, desprovido de carros, barulho, confusão. Mais à frente mesmo no meio da estrada, a famosa e instagramável cascata da Ponta do sol. Uma cascata pela qual podem passar com o carro, ou a pé. É um ponto turístico por si só, o que se torna estúpido, dado que os carros fazem romaria e param na estrada para sacarem a tal fotografia. 


Calheta estava na calha. Era o último destino. Típico destino de praia, com um calçadão, com areia branca, com bares e infraestruturas (e um útil Pingo Doce). Se tiverem tempo têm também o museu dos Engenhos da Calheta, com mecanismos que permitem o processamento da cana de açúcar. Era tempo de descansar, e para tal ficámos na Calheta. Um local pequeno, com um miradouro bem giro e com um espaço rural onde descansámos o resto da tarde. Ah, quando virem algum hotel com piscina interior, não se entusiasmem, porque a água é fria. Aconteceu-nos em 3 sítios diferentes… 
 
Dia 3 
O dia hoje seria mais tranquilo, seguindo pela costa. Parámos em Serrado, Ponta do Pargo, um local onde se encontra um pequeno trilho que dá aceso ao miradouro da Garganta Funda. Uma cascata delgada e muito alta que abriu o seu caminho pela rocha, caindo numa pequena baía. Notem que segundo sei, não dá para aceder ao fundo da cascata. Há por ali mais uns trilhos (Caminho do Pedregal ou que é), mas acabámos por não arriscar esse tempo. Seguimos para o teleférico das Achadas da Cruz. Que dá também o acesso a uma fajã. Embora esta seja mais autêntica e não tenha as infraestruturas da dos padres, foi para nós melhor (por essa mesma razão). Pelo que percebemos na conversa que meti com uma senhora que lá trabalhava, isto são pequenas casas que servem de apoio a pessoal que lá vai explorar as terras. Algumas delas foram melhoradas e parece que estão no Airbnb para alugar (o que deve promover uma experiência bem diferente!). Ainda perdemos algum tempo pois caminhámos até ao final da fajã (sem necessidade). 
 
Esperava-nos depois uma estrada estilo Sega Rally, cheia de curvas, até Porto Moniz! Um local turístico, muito pequeno, cheio de restaurantes e onde existem umas piscinas naturais. Aliás, duas: uma que é paga e é menos natural, e outra que é aberta ao público. Isto é local para passar um dia ao sol, estilo quem vai para a praia. Não há muito mais que fazer. 
 
 
Ao irmos jantar acabámos por passar na Praia Escondida do Ilhéu da Janela. A praia não é assim tão escondida como isso, mas tem de facto um acesso bastante restrito através de uma escada e uma passagem na rocha. 
 
 
Dia 4 
Era dia de caminhar! Agora sim, íamos ver o que a Madeira tinha de melhor a oferecer, na nossa perspetiva. A primeira é a Levada das 25 fontes. Uma levada muito turística, com corrimãos, grelhas, etc. Imaginamos que numa situação pré covid isto pareça a 2ª circular. Nós tivemos esta “sorte” de apanhar pouca gente. Esta zona, além deste trilho, que é dos mais conhecidos, tem vários por onde escolher e é fácil dedicarmos 3 ou 4 dias nesta zona. 
 


 
Fizemos então as 25 fontes. E foi fantástico… até que nos perdemos. Mais ou menos. Na nossa opinião a marcação do trilho é confusa e acabámos por fazer muitos mais quilómetros e por fazer um mix entre este e da Vereda do Fanal. Acabámos por descobrir outras zonas e passar por umas paisagens giras, embora as pernas se estivessem já a marimbar para isso. Mas fez-se, e a vontade era tanta que depois de repormos energias no carro, voltámos ao terreno para fazer a Levada do Alecrim. Esta última é mais monótona, embora muito gira e bonita. O regresso faz-se no mesmo caminho…o que desmotiva um pouco. Estávamos prontos para mais um bolo do caco com manteiga de alho!! 
 


 
Dia 5 
Dia de merecido descanso! Calmamente, seguimos pela costa rumo a Boaventura, local onde iríamos pernoitar. Os planos de hoje cabiam num papel rasgado: meter o corpo de molho na piscina do hotel e usufruir do espaço. Mas antes, tínhamos que tirar a foto da praxe no Véu da Noiva. Uma cascata que rasga a rocha, isolada, e cai com grande pompa e delicadeza no mar. Há um miradouro bem marcado com estacionamento e lojinha de recuerdos. Mas, nesse mesmo parque há um caminho escondido, por onde nos aventurámos, e que nos leva ao que queremos ser a Ponta do Coiso. Dessa ponta conseguimos outra perspetiva da cascata, boa para nos diferenciarmos nos blogs e instagrams. Acontece porém que, como não sabíamos bem onde é que aquilo iria dar, acabámos por não levar a máquina connosco……… A seguir, não estivessem fechadas, iríamos ver as Grutas de São Vicente. Fica a dica. Era um dia para estar junto à piscina e para desfrutar do espaço que alugámos, que parecia bastante rural e aconchegante. E de facto era; já a piscina interior tinha algo que caracterizava todas as piscinas interiores da Madeira: a água é tão fria como a do chuveiro! Limitámo-nos pois às espreguiçadeiras. Antes de irmos para o alojamento ainda circulámos um pouco por Boaventura e descemos até ao Restaurante Cristóvão, que tinha uma bela vista para a falésia, para o mar e para um apetitoso trilho que se via do outro lado da falésia (Arco de São Jorge). 
 

 
Dia 6 
Estávamos no norte e como tal, as manhãs trazem um névoa e uma ameaça de chuva, que acabou por nunca se concretizar. Apontámos agulhas ao farol da Ponta de São Jorge. Demos com o nariz num aviso que dizia estar fechado devido ao covid… Para ser sincero, nem sabíamos que era algo aberto ao público. Restou-nos tirar uma selfie para dizer que estivemos ali e fomos embora. Não há muito mais a dizer, até porque o farol em si é pequeno, sem grande interesse, lamento. Tínhamos uma caminhada para fazer! Levada do Caldeirão Verde. Dada a escassez de chuva possivelmente, o caldeirão Verde era mais uma panela de cozer brócolos… Mas o espaço em si era relaxante, em comunhão com a natureza e convidava a dispensar ali um hora a trincar e beber qualquer coisa antes de fazer o caminho de volta. 
 


 
Tínhamos alojamento em Santana. E antes de nos dirigirmos ao mesmo, fomos procurar as instagramáveis casinhas típicas. O google mandava-nos para uma espécie de parque temático, e lá fomos. E de facto há um Parque Temático da Madeira. Era tudo muito estranho pois não havia setas claras para o parque e os estacionamentos estavam vazios. Mas dizia a net que era ali, e nós acreditámos. De facto o Sr. Google tinha razão. A falta de turismo é que tornava tudo esquisito. O parque estava a aberto e sem cobrar bilhete! Na verdade é um parque verde com algumas estruturas alusivas à Madeira, alguns pavilhões com exposições e experiências mais dinâmicas; acabámos por não ir a nenhum e mantivemo-nos no exterior. E lá estavam as tais casinhas, algumas delas com senhoras a demonstrar as artes da costura ou bordados. As casinhas eram bem giras e como estavam abertas no interior, permitiam ver como se vivia antigamente naquele luxo (que o era na época). 
Mas não eram estas casas que apareciam nos roteiros e nas fotos do Facebook. De facto, além deste parque, há casas de exposição na zona mais central da cidade e há inclusivamente casas particulares que ainda mantêm esta arquitetura e que são usadas particularmente. Acabámos por encontrar todas as opções. Faltava então o merecido descanso . E foi no Santana Nature B&B que encontrámos o melhor alojamento da Madeira com as pessoas mais simpáticas e com um jacuzzi exterior de agua a 40ºC que soube pela alma…. 

 
Dia 7 

Hoje o dia tinha menos pontos para marcar. Mas seria o dias mais longo, duro e mais entusiasmante. Vamos fazer aquela que é a caminha rainha da Ilha; Vereda do Areeiro PR1. São 15km se fizerem o retorno pelo mesmo caminho. Debaixo de sol em grande parte e com acentuadas subidas e descidas, com partes técnicas para apimentar a coisa. A ideia era fazer só uma parte, pois 15km, dos quais metade pelo mesmo sítio, são desmotivadores. Mas a paisagem e o trilho puxava por nós, e dizíamos só mais um pouco, e quando demos conta estávamos no Pico Ruivo. Vistas magníficas claro, bastante vento e algum frio. 
 
 
Depois daqui podíamos ir ate a Achada do Teixeira e apanhar um táxi até ao ponto de início. Viemos a perceber que o táxi ficava fora das opções pelo valor extremamente alto que cobravam. Ou então arranjam mais pessoal que o partilhe. Assim sendo, a plebe optou por voltar tudo atrás. O dia passar-se-ia muito rápido e acabava com muita fome e cansaço. Mas valeu a pena, as vistas são magníficas e a comunhão com a natureza é total. Novamente, não imaginamos como serão estes lugares em tempo pré-covid. Há zonas em que as pessoas têm dificuldade em passar nos dois sentidos; como será com “trânsito”?...Ah, e ao caminharem podem interrogar-se: como é que os trabalhadores da manutenção e de reposição do stock do pequeno café que existe logo abaixo do pico, acedem? Acedem como nós; a pé, e com tudo às costas! Tivemos a possibilidade de trocar umas palavras com uma equipa que estava a fazer manutenção aos cabos metálicos… 
 
 
Dia 8 
Estamos na capital. É altura do turismo de sandália no pé e máquina ao pescoço. Fomos ao Monte Palace, casa do ilustre Sr. Berardo (aparentemente). Um jardim enorme com alguns museus dentro do próprio espaço, e que são de facto interessantes. O jardim é agradável e é bastante grande, o que faz com que a certa altura nos sintamos um pouco perdidos. Há zonas um pouco mais descuidadas e escuras, mas no geral é uma visita que vale a pena. Perto dali ficam os famosos carrinhos/cestos da Madeira. Os Carreiros do Monte. É uma viagem inevitável. A destreza dos homens e todo o ambiente é bem catita e torna a experiência bastante genuína, embora altamente turística. E não se preocupem que nos vídeos que veem parecem andar bem mais depressa do que de facto andam. Uma vez que estamos a descer (o Monte Palace fica no alto do Funchal, junto à estação do teleférico), a melhor ideia é ir até ao fim e voltar ao fim do dia pelo dito teleférico. 
Uma das coisas que mais gostei de ver foi a rua de Santa Maria. A típica “Rua Direita” de Portugal, estreita, pitoresca, com restaurantes, bares, personagens, roupa estendida, etc. aproveitem para ver alguma arte urbana que dá um ar moderno a este local histórico. Fomos ainda de manhã e portanto conhecemos a faceta mais calma e a despertar, desta rua. 
 

 
 
A fome já dava alguns pontapés e rumámos ao Mercado dos Lavradores, uma atração por si só. As frutas, as especiarias, os frutos secos cristalizados; parece um mercado de um país tropical. Aproveitem as várias bancas que vos dão a provar de tudo e mais alguma coisa. Claro que o Covid aqui era algo que se geria apenas com muita fé e crença… Lá comprámos a nossa fruta tropical, deixando numa ida ao mercado, 45€! MAS: as mangas, e certos frutos com nomes compostos tipo banana-ananás, ou pera-melancia, são de facto diferentes de tudo e muito, muito bons! 
 
 
E o Ronaldo? Perguntam. A nossa estrela galáctica, nascida nesta terra? Não o vimos está claro, mas tirámos a bela foto ao lado da estátua que dá as boas vindas a quem vai visitar o museu. Depois de alguma ponderação, deixámos passar este atrativo. 
Já de regresso ao hotel, fizemos ainda um desvio para visitar algo totalmente fora do circuito turístico e da própria cidade. Uma associação que cuida e que tem um pequenino parque onde podem ver vários exemplares de dragoeiros. Uma árvore cheia de estilo, e que não temos aqui no “contenente”. O parque é mesmo pequeno, e acho que nem é pago, e está muito mal localizado , por isso não esperem uma infraestrutura turística desenvolvida. Fica ao pé do Palheiro Village e da capela da Nª Srª das Neves. 
 
 
E foi isto, uma visita potenciada pelo Covid, e que muito agradecemos. De outra forma iríamos estar constantemente a adiar, à procura de destinos mais exóticos sem dar valor ao que temos aqui ao lado e que compete em certas paisagens e locais, com os pesos pesados do turismo de natureza. A 1/3 do preço! Boas viagens e não se esqueçam de pedir bolo do caco com alho! É divinal!!!

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