Avançar para o conteúdo principal

Roménia

Tínhamos uma semana para ir para um destino que não fosse muito caro. Vendo que pionés faltava no mapa, alguém deu o nome da Roménia! Um destino que estava arrumado no fundo da lista, porque era perigoso, porque era pobre, porque a malta era um perigo a conduzir, porque os carros e as casas eram velhos…. Mas após troca de argumentos, lá se decidiu levantar voo. Voos esses que foram caros, para um destino low cost, mas permitiu-nos sair logo na sexta.

Aterrámos de madrugada e portanto não deu para avaliar grande coisa. Mas à medida que o dia desenrolava e começávamos a viver o dia a dia deste país, começámos a perceber gradualmente, e até final da viagem, que todos os preconceitos foram destruídos! Foi o destino que mais me surpreendeu ou que mais se revelou diferente do que era imaginado. Não houve qualquer sentimento de insegurança. A condução é agressiva, mas não muito mais que a nossa aqui em Portugal. Não se vêm tantos Audis e Mercedes como aqui, mas os vários Dacia que se vêm fazem o seu trabalho e não são propriamente velhos. Há hotéis mais antigos é verdade, mas também ficámos em hotéis com spa e piscina e jacuzzi exterior, por um preço super baixo! As pessoas foram simpáticas, ninguém nos andou a chatear com esmolas, não ouvíamos pessoas a berrar ou a fazer cenas de bebedeira. O inglês, mal ou bem, é entendido em todo o lado. Os preços não são tão baixos como pensávamos, mas são de facto mais baixos que em Portugal. E por fim, as coisas que existem para ver, são variadas, únicas e lindas! Roménia é por isso um destino totalmente a considerar e, quem o governa tem muito por onde crescer e explorar se assim o pretender!

Dia 1
Como disse, chegámos de madrugada. Alugámos o carro, um Dacia 4x4 que foi o nosso salvador (já falamos sobre isso). Seguimos até ao centro da Bucareste. Andámos a absorver o ambiente, fomos tomar o pequeno almoço e tentámos deambular pelas ruas ainda desertas e com quase tudo fechado. Passámos na primeira igreja ortodoxa, Biserica Sfantul Anton, que tem uma arquitetura exterior e interior diferente das nossas; acabámos por ver várias ao longo do trajeto. E chegámos a ficar largos minutos a absorver os cânticos e costumes de uma cerimónia. Inclusive, entrámos numa igreja onde acontecia um evento que envolvia “comes e bebes”; não é algo que se enquadre na habitação religiosa, mas sucede que era uma homenagem a um falecido que tinha morrido há um ano. E rapidamente nos vieram oferecer um bolo (funeral cake!) para entrarmos também na homenagem! É isto que gostamos nas viagens! 


Passámos pela Vilacrosse Passage, que lembra uma rua de cafés parisiense, mas que estava morta, pois eram 8am. Passámos pela zona da night live, mas que por ser day light estava também a acordar; acabámos por passar lá mais tarde e aí sim, era um outro mundo! Tem várias casas de “ataque”, e acredito que a noite aqui seja hardcore. Nestas deambulações, fomos ao encontro da Livraria Carturesti; toda branquinha e com uma arquitetura engraçada; é só por si um atrativo de visita.

Caminhando por um bom bocado, fugindo um pouco do centro, visitámos a Catedral Patriarcal. A mais bonita que vimos. Esta dentro de um complexo de outra construções, isolada do bulício da cidade. E estava a acontecer uma missa, ou uma cerimónia, que nós agradavelmente assistimos, ouvindo cânticos hipnóticos e cheirando incenso relaxante!

Mais uma caminhada de 1hr e estávamos na Catedral Mantuirri; uma construção megalítica que dá para ver de longe no google maps! Estava fechada e está em obras; aliás, acho que é tipo Sagrada Família, esteve sempre em obras. Não conseguimos entrar, pelo que fomos obrigados a circundar o enorme perímetro para conseguirmos ir até ao Parlamento, que fica do outro lado. Visita mais interessante de Bucareste! O palácio é gigantesco e tem uma boa visita guiada. O Michael Jackson já fez uma aparição na janela que dá para o terraço do Palácio, que por sua vez nos deixa observar a enorme avenida que dali nasce, e que parece os Campos Elíseos. 

Já cansados, depois de muita caminhada, e com uma direta, colocámos o próximo destino no gps: a Aldeia interpretativa de Dimitrie Gusti. É um enorme espaço, onde famílias brincavam, com um preço muito reduzido e que nos leva de volta a tempos antigos, onde conhecemos as casas da altura, ofícios e tradições. Se não fosse o Covid e as restrições consequentes, teríamos visto o espetáculo de luzes na fonte central da cidade, que acontece quase todos os dias. E eis que chegávamos ao tal hotel com spa, e um jacuzzi quentinho no exterior!!! 

Dia 2
Agora sim, iríamos sair da cidade e conhecer a Roménia mais interior e genuína! E nisto, vimos e visitámos o Castelo que na minha opinião é o mais bonito, diferente e original que já alguma vez visitámos. Castelo de Peles! O interior parecia saído de um filme do Harry Potter ou assim. É uma coisa extraordinária! O tipo de decoração, arquitetura, a total mudança de visual entre divisões, etc. Diria que este foi para mim o ponto alto da viagem! Quase colado ao castelo, está também o de Pelisor, bem mais pequeno e com um interesse comparativo diminuto. 

A própria zona envolvente aos castelos é agradável, verde, sem carros, com barraquinhas de comida e bugigangas. E por acidente acabámos por dar de caras com o Mosteiro Sinaia. Estou em dizer que, apenas deambulando nesta zona, conseguiríamos encontrar vários pontos interessantes para aqui passar 1 ou 2 dias. Entre trilhos, cascatas, outros castelos, etc.


Mas tínhamos de arrepiar caminho. E iríamos fazer algo mais radical: o Seven Ladders Canyon. É um trilho pedestre muito giro, que nos obriga a passar por um conjunto de passadiços metálicos e escadas, entre rochas e quedas de água. Não é aconselhável para quem tenha medo de alturas. Mas se não fizerem esta parte, não deixam de ir fazer o restante trilho. Simplesmente vão perder algumas vistas. O acesso é pago (barato) e mais uma vez, com indicações na estrada que quase não existem; salvé o Maps…

As distâncias são grandes e portanto apenas restava tempo para visitar Brasov de noite e a sua Black Church, que já estava fechada. Ficava para depois…ou não… Ah, Brasov tem uma espécie de letreiro estilo Hollywood na sua montanha que lhe dá uma certa imagem de marca. Fora isso tem 3 artérias principais cheias de cafés e esplanadas, restaurantes e pessoas. Um bom sítio para people watching.
 
Dia 3
Dia cheio o de hoje! Cheio de kilometros….. Foi um dia de total road trip, apenas com uma paragem naquele que é eventualmente o monumento que todos se calhar escolheriam como top1 da Roménia: o castelo de Bran! Castelo do Drácula!!! No entanto, foi a maior desilusão. E ainda bem! Reparem; o castelo não é verdadeiramente do Drácula. Aliás, não existe o Drácula, e quem o inventou nem sequer é Romeno. Por essa razão, o castelo é apresentado como o castelo que teve como última residente a Rainha Maria da Roménia. Não há coboiada, nem estátuas do comboio fantasma nem senhores a cobrarem bilhete com dentes aguçados. O castelo apenas tem um ou outro apontamento mais ligado ao turismo de horror. De resta, é bastante monótono até. Não a fama ganha, e diria que seria um monumento totalmente discreto. Bram Stoker, o criador do Drácula, nem sequer esteve alguma vez no castelo creio. Nem o próprio e real Vlad Tepes, no qual foi inspirada a personagem, teve este castelo como residência oficial. Ou seja, os romenos mantiveram o seu monumento fidedigno àquilo que foi, e não a um mito criado por um irlandês que nem nunca lá pôs os pés. Ainda que tivéssemos achado bem mais catita ir a um castelo devidamente decorado com artefactos vampirescos!! Mas calma, nem tudo está perdido: havia uma exposição de instrumentos de tortura, reais! Foi pago à parte mas valeu o dinheiro; eu sabia que a humanidade estava perdida, mas ao encarar estes instrumentos, tenho que admitir que já passou tempos piores…

O resto do dia seria passado no carro, ultrapassando algumas carroças sem luzes, à noite, em estradas sinuosas e mal marcadas! Uma aventura!
 
Dia 4
Tínhamos dormido em Curtea de Arges. A localidade menos turística onde ficámos; tanto é que fomos a um restaurante onde ninguém falava inglês e onde pagámos 5€ por pessoa 😉 ! Rumámos a norte, passando antes no mosteiro de Curtea D´Arges; e no Lidl, para nos abastecermos para o restante caminho. Hoje seria mais um dia de quilometragem e de carro. Mas desta vez, isso era bom. Íamos passar naquele que é considerada por muitos fóruns, a estrada mais bonita do mundo. É verdade, fomos ver infraestrutura pública. Mas de facto não dá para explicar; quem gosta de conduzir, de carros, e da liberdade de uma road trip, vai adorar vir aqui. Mas antes de lá chegarmos, há várias paragens a fazer, pois há sempre uma vista bonita, uma paisagem deslumbrante. A máquina vai sempre no colo, em modo standby. Mas eis que o gps apita, avisando que chegámos ao próximo pin: Cascata Capra. Nessa altura havia desmotivação nas caras….estava nevoeiro cerrado. Sendo o próximo ponto a 10km, e sendo uma vista magnífica e privilegiada do vale, percebemos que ficaríamos sem fotos mentais nem físicas. Lá subimos mais um pouco, o nevoeiro aumentava. A tristeza aumentou. O desespero aumentou….

Passámos o túnel que nos lança da parte mais alta para o início da descida; quando saímos do túnel: SOL!!!! De forma cientificamente incrível e miraculosa, a montanha serve de escudo e não deixa as nuvens passar! Estacionámos o carro numa espécie de infraestrutura com barraquinha, wcs, comes e bebes, um lago bonito e a TAL vista para a TRANSFAGARASAN! Uma estrada linda que iríamos mais tarde descer, devagarinho, aproveitando cada metro. Ficámos por ali a apreciar a paisagem, as pessoas, o ambiente. E fizemo-nos ao piso. 


Sempre a descer até à cascata Balea. Como muitas coisas na Roménia, não percebíamos muito bem onde e como ir para lá. Dica: parem o carro no hotel/pensão Balea e caminhem até encontrar o trilho que vos leva ao sopé da cascata. É uma caminhada algo técnica, mas que se faz bem, mesmo para os menos aptos.
Já estava o dia a mais de metade, mas haveria tempo para um desvio antes de chegar a Sibiu. O castelo Lut Valea Zânelor. Na verdade não é castelo nenhum. É um parquezinho à beira do riacho, com umas casinhas saídas de um conto da Disney, que sucede estarem a ser pintadas na altura que visitámos. A parte boa é que não pagámos bilhete, a parte má é que havia andaimes nas fotos…. Não sabemos se será visitável no interior, ou se é só aquilo. Seja como for, é giro!
E lá fomos para Sibiu! Uma cidade grande mas que consegue reservar lá num cantinho, um maravilhoso centro histórico cheio de ruelas, casinhas típicas, bares e restaurantes e história. À noite tem outro encanto, e foi precisamente assim que a visitámos. É um sítio onde vale a pena dormir para aproveitar a cidade.

Dia 5
Mais uns quilómetros no Duster e estaríamos no Castelo Corvinilor. À quantidade de corvos que havia nas redondezas, julgo que o nome poderá vir daí! O Castelo tem as suas estruturas básicas, mas as salas e salões são vazios, não é aquele castelo com as camas e os penicos dos reis a que estamos habituados. É o mesmo que ir ver um apartamento por mobilar. Mas vale a visita, quanto mais não seja pelo exterior imponente! 

Umas horas depois… Estávamos em Salina Turda. Uma mina de sal, que sabíamos não conseguir rivalizar com as da Polónia, mas que parecia bastante grande. E de facto era, no entanto o seu interior foi aproveitado de uma forma…estranha. Tinha montanhas russas, mesas de snooker, carrosséis, dentro de um enorme salão escavado na mina. Também existe, em alguns pontos, umas maquinetas alusivas ao funcionamento da mina, mas esta parte das diversões está um bocado fora da caixa… Talvez funcione para outros públicos.

Já estava a cair o sol e em breve chegaríamos a Cluj Napoca. Uma cidade enorme, cosmopolita, cheia de malta nova, muito trânsito e edifícios altos. Passeámos um pouco sem destino e encontrámos uma escadaria que nos levou ao topo de uma colina, com uma vista formidável para toda a cidade. Além disso, recomendamos a praça central para people watching e as ruas adjacentes para comer e beber.
 
Dia 6
O dia da assombração!! Tínhamos marcado no dia anterior, uma visita guiada noturna, à floresta assombrada de Hoia Baciu. Mas o Sr. desmarcou. Tentámos então ir durante o dia. Pior decisão de todas. Mais de 2hr para encontrar uma espécie de entrada que nos levasse ao local. Ninguém sabia nada (como é possível?). entre alguns bitaites lá fomos parar a um local. E lá fomos a medo para o meio da floresta. Havia marcas de provas de corrida, marcas nas árvores possivelmente de outras tours, mas não propriamente um trilho. E antes que nos perdêssemos para sempre na floresta, acabámos por desistir. Mas a aventura em si foi engraçada…
E mais umas centenas de quilómetros pela frente que o dia nos oferecia. A única paragem que fizemos foi em Sighisoara. Uma cidade meia medieval, muito catita e turística. Vale a pena visitar e andar por lá nas suas ruelas de calçada. Não tem nenhum monumento de postal, mas o ambiente é familiar e acolhedor. Se fosse bem aproveitava, rivalizava com qualquer cidade histórica de uma Itália ou um Portugal, mas aqui está tudo ainda muito genuíno e sem grande exploração comercial. E isso é bom… ou não?.... 

No fim do dia, descobrimos as (creio que famosas) filas de trânsito da Roménia. E são filas onde estivemos parados 3hr! Aparentemente, basta que haja uma obra numa estrada secundária (e são várias) e o trânsito para; e para mesmo! Se tínhamos alguma coisa marcada para o final do dia, iríamos perdê-la... Acabava-se o dia em viagem até Brasov, onde dormiríamos de novo, não sem antes fazermos um Escape Game!
 
Dia 7
Este dia... meu Deus... que dia! Começámos calmamente por visitar Fortified Church Prejmer, que como o próprio nome indica é uma igreja fortificada em excelente estado, património mundial pela UNESCO. A visita, por um valor simbólico, permite entrar na igreja e andar pelo interior da muralha.

Tínhamos apenas dois locais principais para visitar; Lopatari Living Fires e Paclele Mud Vulcanoes! O primeiro são fogueiras que estão permanentemente acesas no solo, alimentando-se de gases que estão alojados no subsolo daquela zona. Não é nada de deslumbrante mas é uma experiência engraçada, que não existe em muitos locais e que acaba por ser bastante peculiar; parece que estamos a ver as portas do inferno!! Mas mais inferno que isso foi, mais uma vez, encontrar o local. Andámos em estradas de terra de onde apenas nos conseguimos safar porque tínhamos o nosso Duster 4x4! Mas também por estradas de alcatrão bom, só que com mais curvas que o carrossel da Feira Popular, e onde só passava um carro (também não havia mais nenhum….). Andámos perdidos; andámos à procura de placas, andámos atrás do pin que tínhamos no mapa…. Estávamos exaustos, desesperados, quase a desistir; mas os participantes estavam decididos: se viemos até aqui, vamos até ao fim! Passámos em terras onde os miúdos iam para a escola em carinhas poeirentas, pelas mesmos caminhos de terra onde nós desesperávamos! As pessoas moravam à beira destas estradas, com as suas varandas e parapeitos cheios de pó! Quem caminhava na estrada já nem se preocupava com o pó que os carros levantavam. Foi uma realidade que nos chocou e a única vez em que sentimos que estávamos num país com algumas dificuldades e com uma necessidade de evoluir e passar para o próximo nível. Mas voltando à aventura, acabámos por tentar nova procura em sites, blogs, etc, e acabou por ser o google maps a dar-nos uma localização mais acertada. Fizemos tantos desvios e kms desnecessariamente, mas lá encontrámos umas placas pequenitas e sujas a dizer Lopatari! Estávamos lá. Não ainda sem antes passarmos uma ponte que tremia por todo o lado e parecia aquelas que vimos no meios das florestas indígenas! O resto do trilho foi a adivinhar; na dúvida, subimos! E lá encontrámos as fogueirinhas. Mais que ser ou não bonito, foi boa a sensação de concretização, de conseguirmos encontrar o local!


Já para os vulcões foi mais fácil, o gps estava mais direto; embora claro, perdemo-nos uma vez e metemo-nos por um trilho que até era privado e onde só passavam tratores…. Estes vulcões estão num parque onde cobram entrada (pouca), e estão espalhados por uma extensão grande. A lama que é expelida por eles não é quente, e embora não seja propriamente daquelas dos spa, também não morrem se lhe tocarem com o dedo (mas também porque raio o haviam de fazer?...) Estoirados, a chegámos ao hotel (um dos poucos nesta zona) onde tínhamos spa à nossa espera!! Calhou mesmo muito bem…. 
E foi esta a nossa viagem à Roménia. Até agora, a mais surpreendente que já fizemos, no sentido em que as nossas expetativas foram bastantes distorcidas e levámos uma imagem totalmente diferente da que tínhamos. Será um destino a repetir, desta vez para a zona ocidental. E lembrem-se, aluguem um carro tipo SUV com tração integral!!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Piódão, Foz d'Égua e Loriga

Piódão é uma aldeia no concelho de Arganil. É assim que muitas das descrições fáceis e académicas começam. Mas pouco importam estes dados genéricos quando nos referimos a um local onde o tempo tem outro andamento e onde fugimos por momentos do mundo que conhecemos Passámos uns meros 2 dias no Piódão . Já lá tínhamos estado, noutras ocasiões, mas nunca como turistas assumidos com direito a pernoita no local. Dia 1 O acesso a esta aldeia não se pode dizer que seja difícil, pois não há muito tempo o mesmo era feito por estradas de terra batida, ou com um piso medonho. Mas não é a o trajeto mais amigo de quem tem enjoos ou não gosta de curvas. Ao chegarem terão tempo para respirar ar puro e para recuperarem de uma ou outra náusea que se tenha instalado durante a rota. O xisto é o motivo principal que encontramos em qualquer fotografia, olhar, registo mental deste lugar. Casinhas pitorescas, com portas e janelas a condizer, arrumadas como se se chegassem umas às outras

Japão

Saudações viajantes incansáveis. Com muito gosto vos presenteamos outro percurso. Aquele que mais trabalho deu a planear. Não porque a informação fosse difícil de reunir (pelo contrário), mas porque havia muita coisa para ver, e tínhamos que tomar decisões e abdicar de certas vontades.  Japão ! O nome causa surpresa, talvez devido à distância e da percepção que existe sobre ser um país quase alienígena. Como dizia, a informação é incrivelmente fácil de encontrar. Os nipónicos têm tudo bem organizado, e os sites de turismo deles são incríveis, nomeadamente o Japan Guide. Depois de muita escolha e ponderação, sabíamos que tínhamos que ir a Tóquio e Quioto. De resto, e para fugir à rota mais comercial, desviámos-nos para Nagano, Takayama, Kanazawa. Estes últimos pontos requeriam alugar carro, pois tornava-se complicado depender apenas dos transportes públicos. Resta dizer antes de arrancarmos, que o  Japão  é o país mais civilizado e seguro onde já estivemos

Cracóvia e Brno (Polónia e República Checa)

Para onde saberia bem viajar em Novembro? Para um sítio quente, com sol, que nos ajudasse a esquecer a melancolia e escuridão do Inverno… Ou então para os países de Leste!!! Polónia e República Checa ! Check! Na verdade, enquanto em Portugal passavam notícias de cheias no Algarve, na Polónia fazia um sol de rachar; isso, porque de facto sol estava, o quente é que não era muito. Já aqui tinha dito anteriormente que gosto de avaliar imediatamente duas coisas num país: a limpeza das ruas e o modo como conduzem. E a Polónia passa, assim como a República Checa. É um país tão ocidental como “nós”. A cortina de ferro foi derretida e reutilizada em edifícios, novos aeroportos, novas infraestruturas, ficando apenas alguns resquícios dos tempos idos nos edifícios mais antigos, pesados, sombrios, com aquele charme soviético. A Polónia ainda assim se destaca da República Checa. A malta desenrasca-se bem com o inglês e embora ainda falte um sorriso no rosto daqueles que nos atendem em me