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Autocaravana por Portugal

Olá pessoal
Nesta época em que muita gente está a passar necessidades, fica um pouco cara de pau queixarmo-nos de não podermos fazer férias como queríamos… mas cada um se queixa conforme a sua vivencia. E a verdade é que estamos muito chateados por este vírus nos ter trocado todos os planos. Devido a uma férias forçadas em Maio, o limite de opções deixou-nos a cabeça em água. Não íamos passar 2 semanas em casa. E foi assim que nos lembrámos na única forma possível de mudar de ares: uma autocaravana!! Não dependíamos de hotéis; os campismos estavam fechados, e não íamos passar a fronteira. Era por isso a única opção +- autónoma.
E esta frase que escrevo agora, foi feita umas semanas depois deste passeio (Maio) e parece que iniciámos uma moda. Actualmente (junho) as caravanas estão a ter uma procura desmedida!!! Que está a criar por seu lado alguns desconfortos às populações das terras visitadas.
Este post não incidirá muito sobre os destinos, já que muitos são repetidos. Iremos analisar melhor a perguntar: vale a pena alugar uma autocaravana?
 Bem, já tínhamos andado nestas aventuras no estrangeiro, mas num forgão modificado (o que diga-se, é bastante mais exigente…). A autocaravana que alugámos (no yescapa, uma espécie de airbnb de autocaravanas) era grande, confortável, água quente e chuveiro, cozinha, frigorífico. Tudo! A autonomia da água (a parte que exigia mais planeamento), em modo eco, mas tomando banho todos os dias, e lavando a loiça, dava para 2,5 dias. Findo o período, teríamos que ter um plano para encher. Viemos a perceber que o intermarché (sabe-se lá porquê) é amigo dos caravanistas, e dispõem de várias estações com área de serviço a autocaravanas (“ASA”). Podem despejar o esgoto e encher de água. Apenas na costa alentejana tivemos mais dificuldade, pois o único que tinha estas valências era o de Odemira… Claro que numa altura não covid, facilmente vão a qualquer campismo fazer isto.


E podem parar em qualquer lado? Não. Principalmente na costa alentejana. VNMF, Zambujeira, etc, tem um ódio aos caravanistas, com sinais a proibir o transito em várias ruas do centro, em parques, etc (o que se percebe se pensarmos um pouco…). MAS, dado o período que passávamos, a falta de movimento e de sítios onde poderíamos realmente parar (lembrem-se que os campismos e parque de caravanas particulares, estavam fechados) imperava o bom senso e portanto arriscámos um bocado mais… apenas em Peniche fomos convidados pela GNR a abandonar o estacionamento onde estávamos a dormir. Mas, como disse, o bom senso também do policia, deixou-nos ficar a pernoitar, pedindo que saíssemos de manha logo que possível. Resumindo, com os campismos abertos, ficam totalmente libertos e autónomos para encher águas, pernoitar, etc.
É barato? Não… fica mais caro que fazer a normal combinação hotéis e refeições…. Gasta muito gasóleo, portagens e o próprio aluguer é caro. Saiu a mais que 130€/dia.
Qual é a vantagem? Bem, considerando o que se disse há pouco sobre a limitação e cuidados de parar onde quisermos, a verdade é que nos permitimos parar nos spots mais fixes!! A ideia principal era sempre acordar de manha a ver o mar, e tomar o pequeno almoço com uma vista da falésia ou da pradaria! E conseguimos na maior parte das vezes. Outra vantagem é a liberdade e o não compromisso de ir dormir a tal sitio na noite X, e podermos comer onde e quando quisermos! E por fim, aventura e espirito do caravanismo, andar a 100km, tentar não fazer filas de carros atrás de nós, cumprimentar outros colegas de caravana, etc.
Saímos de Aveiro e parámos logo a seguir no Bussaco.


Depois lá conseguimos levar o veículo até Casal de São Simão, para uma caminhada bem gira, e onde estão a construir uns passadiços que em breve devem abrir ao publico!



Em direção a Constância e Almorol.



Depois fomos até Peniche ver os surfistas. Baixámos a Praia de Sta Cruz, onde existe um passadiço muito engraçado e locais giros para caminharem. 

Parámos na Arrábida, não sem antes dar um salto a Sesimbra (que não é aconselhável de caravana).

Depois sim, o destino era-nos desconhecido: Troia! Que não tinha ninguém! Era uma cidade sitiada, digna de um filme de apocalipse zombie!


Fomos tirar umas fotos ao magnifico Cais Palafítico da Carrasqueira. Depois foi a habitual peregrinação à costa alentejana, com alguns percursos pedestres, de bicicleta, e descanso! Estando Vila Nova de Mil Fontes como cabeça de cartaz!





Esperemos que em dezembro possamos manter os planos!!!

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