Avançar para o conteúdo principal

Menorca, Espanha

Menorca! 

A irmã pequena de Maiorca. Enquanto que esta última se dedica à boémia, à vida nocturna, à movida e fiesta, a mana pequena mais concentrada, pacata, dedicada à família, com menos extravagancias. 
E isto é de facto a caraterização mais rápida que podemos fazer. Se procuram algo movimentado com bares, vida nocturna e assim, vão para Palma de Maiorca. 

Menorca é o típico destino em que não há nada em concreto para visitar, não há planos diários nem rotas premeditadas. A ilha é muito pequena, e além das dezenas de praias, não tem muito para visitar. E este estilo de férias de pulseira all in e sandália no pé com toalha debaixo do braço é o que a malta procura. Malta essa que, sem qualquer desconsolo, podemos dizer que tem uma idade média superior à nossa. No primeiro hotel para que fomos, a média era inclusivamente superior ao dobro da nossa idade. O que é bom!! Porque servem as refeições cedo; não há putos aos berros, não há grupos de pessoal a cantar desafinado abraçados e bêbados, não há ninguém a fazer barulhos nos quartos… tem muita vantagem. Isto aconteceu na parte mais este da ilha, perto de Mahon, a capital. Se forem para o lado oposto, próxima da Ciutadela (um dos sítios que podem visitar, sem ser praia), já encontram mais juventude e principalmente mais famílias.



O que a ilha tem de fixe é um percurso pedestre chamado Camí de Cavalls, que percorre TODO o perímetro da ilha! O que significa que podem virtualmente visitar todas as praias existentes se trilharem este percurso. No entanto, deixem-me que vos diga que o par de sapatilhas que levei para correr, ficaram em condições de serem usadas apenas para tratar do quintal… o trilho é muitíssimo acidentado em algumas zonas, sendo perigoso para entorses e para rasgos da sola, pois apanham rocha muito erodida, formando pequenos picos. Ainda assim, recomendo vivamente que ponham na mala equipamento de corrida e uma boas sapatilhas de trail hardcore. Vão ver paisagens incríveis e sítios onde só os barcos têm acesso. Ah! E estudem o tempo que pretendem correr porque a volta tem que ser feita pelo mesmo sítio. Numa das situações, em que já levava tempo suficiente para querer fazer o regresso, pensei “ah, só mais um pouco a ver se chego à próxima praia e daí apanho o alcatrão até ao início”, isto porque o caminho era mesmo muito mau, e não me apetecia estar sempre a ver onde punha o pé… isto custou-me mais 6 kms, para depois saber que da praia até ao alcatrão e até ao início eram 16 kms. 

As praias, felizmente, não estão à beira das estradas como as nossas. São acedidas por pequenos caminhos, onde só podem passar de carro se o estacionamento final tiver vagas; senão, há alguns “arrumadores profissionais” na entrada do caminho que vos bloqueiam a entrada. E após o estacionamento têm muitas vezes mais um trilho até à praia, e este sim, só acessível a pé. Se forem mesmo muito preguiçosos não se preocupem que também há algumas praias mais mainstream, logo acessíveis a partir do carro. Carro esse que devem alugar pois não há grande rede de transportes. E um conselho final; não metam qualquer tipo de combustível nas bombas da Repsol da Marina de Calle Bosc, aquilo é preço para quem tem iates… 

Para elencar alguns nomes: S´Algar. Uma povoação pequena e tranquila. Com uma baía muito engraçada e com um local de venda de tours variadas. Outras paragens em Alcalfar, Binissafuler




Cales Coves é uma praia rochosa onde poderemos ver várias grutas escavadas na rocha, serviam de albergue em tempos idos. Atualmente servem de local para aliviar necessidades e fazer uns churrascos… não necessariamente por esta ordem.




Binibequer é muito engraçada, com casinhas brancas encavalitadas na falésia; uma espécie de Santorini. À noite tem alguma animação com meia dúzia de restaurantes mais virados para o marisco.










Cala en Porter é coisa fina. Cova dén Xoroi; um esplanada em que não podem entrar de mangas cavas ou chinelos, que se espalha pela falésia rochosa, com vistas magnificas e recônditos aconchegantes. Pelo menos é o que nós achamos, já que às 10 da manha estava fechado, e não se consegue espreitar nada. Mesmo que estivesse aberto, a nossa indumentária não era aprovada…

Colombes é um local com uma enorme gruta, enorme mesmo, sem qualquer vedação e sem grandes movimentos turísticos. Ainda caminhamos uns 25min para cada lado. Se estiverem cansados talvez não valha a pena o sacrifício, senão, força nisso! 

Cala en Turqueta, San Saura, Mitjana, Macarella e Macarelleta: estas últimas as mais bonitas. Andámos de kayak da praia até à Galdana, sendo que esta é extremamente turística.








Apraz-me dizer que em todas elas irão ver muitos seios e possivelmente alguns apêndices fálicos. A malta aqui fica muito à vontade. 

De resto não temos muito a dizer. É comer, dormir, e andar na água. Já agora, nós fomos em outubro e a água não é propriamente quente. Custa a entrar, mas depois fica-se bem. Mas aqui sim, pode-se usar este argumento; não é como nas águas da nossa costa em que todos dizem isso, e eu não consigo aguentar a água acima do tornozelo… o tempo esse foi impecável. Apenas umas nuvens mais vagarosas a tapar o sol, mas nada de mal. 

No final, fizemos uma escala maior em Barcelona, para podemos ir sentir a agitação nas ruas, e ver a Sagrada Família, que todos devemos visitar um dia. Se quiserem ir lá sem ver gruas e andaimes, informo que o final está previsto para 2026…



Comentários

Mensagens populares deste blogue

Piódão, Foz d'Égua e Loriga

Piódão é uma aldeia no concelho de Arganil. É assim que muitas das descrições fáceis e académicas começam. Mas pouco importam estes dados genéricos quando nos referimos a um local onde o tempo tem outro andamento e onde fugimos por momentos do mundo que conhecemos Passámos uns meros 2 dias no Piódão . Já lá tínhamos estado, noutras ocasiões, mas nunca como turistas assumidos com direito a pernoita no local. Dia 1 O acesso a esta aldeia não se pode dizer que seja difícil, pois não há muito tempo o mesmo era feito por estradas de terra batida, ou com um piso medonho. Mas não é a o trajeto mais amigo de quem tem enjoos ou não gosta de curvas. Ao chegarem terão tempo para respirar ar puro e para recuperarem de uma ou outra náusea que se tenha instalado durante a rota. O xisto é o motivo principal que encontramos em qualquer fotografia, olhar, registo mental deste lugar. Casinhas pitorescas, com portas e janelas a condizer, arrumadas como se se chegassem umas às outras

Roménia

Tínhamos uma semana para ir para um destino que não fosse muito caro. Vendo que pionés faltava no mapa, alguém deu o nome da Roménia! Um destino que estava arrumado no fundo da lista, porque era perigoso, porque era pobre, porque a malta era um perigo a conduzir, porque os carros e as casas eram velhos…. Mas após troca de argumentos, lá se decidiu levantar voo. Voos esses que foram caros, para um destino low cost, mas permitiu-nos sair logo na sexta. Aterrámos de madrugada e portanto não deu para avaliar grande coisa. Mas à medida que o dia desenrolava e começávamos a viver o dia a dia deste país, começámos a perceber gradualmente, e até final da viagem, que todos os preconceitos foram destruídos! Foi o destino que mais me surpreendeu ou que mais se revelou diferente do que era imaginado. Não houve qualquer sentimento de insegurança. A condução é agressiva, mas não muito mais que a nossa aqui em Portugal. Não se vêm tantos Audis e Mercedes como aqui, mas os vários Dacia que se vêm faze

Japão

Saudações viajantes incansáveis. Com muito gosto vos presenteamos outro percurso. Aquele que mais trabalho deu a planear. Não porque a informação fosse difícil de reunir (pelo contrário), mas porque havia muita coisa para ver, e tínhamos que tomar decisões e abdicar de certas vontades.  Japão ! O nome causa surpresa, talvez devido à distância e da percepção que existe sobre ser um país quase alienígena. Como dizia, a informação é incrivelmente fácil de encontrar. Os nipónicos têm tudo bem organizado, e os sites de turismo deles são incríveis, nomeadamente o Japan Guide. Depois de muita escolha e ponderação, sabíamos que tínhamos que ir a Tóquio e Quioto. De resto, e para fugir à rota mais comercial, desviámos-nos para Nagano, Takayama, Kanazawa. Estes últimos pontos requeriam alugar carro, pois tornava-se complicado depender apenas dos transportes públicos. Resta dizer antes de arrancarmos, que o  Japão  é o país mais civilizado e seguro onde já estivemos

Cracóvia e Brno (Polónia e República Checa)

Para onde saberia bem viajar em Novembro? Para um sítio quente, com sol, que nos ajudasse a esquecer a melancolia e escuridão do Inverno… Ou então para os países de Leste!!! Polónia e República Checa ! Check! Na verdade, enquanto em Portugal passavam notícias de cheias no Algarve, na Polónia fazia um sol de rachar; isso, porque de facto sol estava, o quente é que não era muito. Já aqui tinha dito anteriormente que gosto de avaliar imediatamente duas coisas num país: a limpeza das ruas e o modo como conduzem. E a Polónia passa, assim como a República Checa. É um país tão ocidental como “nós”. A cortina de ferro foi derretida e reutilizada em edifícios, novos aeroportos, novas infraestruturas, ficando apenas alguns resquícios dos tempos idos nos edifícios mais antigos, pesados, sombrios, com aquele charme soviético. A Polónia ainda assim se destaca da República Checa. A malta desenrasca-se bem com o inglês e embora ainda falte um sorriso no rosto daqueles que nos atendem em me