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Andaluzia, Espanha

Hola que tal??

Fomos até Espanha aproveitar esse grande feriado que é o 25 de Abril. Queimámos mais dois dias de férias e assim se fez uma viagem de 2000km em 5 dias. Itinerário no GPS: Badajoz, Cordoba, El Chorro, Setenil las Bodegas, Ronda, Sevilha.

Separámos a viagem por vários locais, para maior comodidade e para evitar que as minhas hérnias explodissem com horas a mais a conduzir… saímos de noite e por isso tínhamos pouco tempo para consumir quilómetros, razão pela qual ficámos em Badajoz. E já que aqui estávamos tivemos que ir dar um passeiozinho ao centro e conhecer o local. Tem uma praça bonita com um edifício de pintura interessante. Podem também circundar a cidade em cima da muralha e observar as ruínas que lá existem. Isto foi feito num piscar de olho, pois tínhamos uma viagem grande até Cordoba.


Chegando então a Córdova, reparámos que aquilo tinha mais turismo do que o expetável, o que era bom sinal. De facto a ideia era usarmos a cidade como ponto de passagem, mas revelou-se a surpresa da viagem. Um centro histórico fantástico, com ruas limpas à exceção do excremento equino, provocado por essas aberrações que são as carruagens turísticas para deleito do turista consumidor… Ponto alto: a Mesquita. Não era algo que esperássemos, mas viemos a confirmar que as influências árabes estão muito vincadas nesta parte da Andaluzia. A mesquita foi reconquistada e o domínio cristão apoderou-se da mesma renovando-a. Por essa razão, a catedral é uma mistura de arquitetura e de ambientes. Muito curiosa e muito interessante. Claro que a parte com mais ouro, valor e ostentação, é facilmente identificada…



Podemos também visitar, e devemos, os jardins de Alcázar de los Reyes Cristianos. Um belo jardim, inserido numa alcáçova medieval (seja lá o que isso for, fui tirar isto à wikipédia…). Podem subir pois à torre, que vos dá uma vista panorâmica deste mesmo belo e meticulosamente tratado, jardim. Logo ao lado há uma cavalariça com um picadeiro, que pode ser visitado salvo erro de forma gratuita, mas que naquele dia em particular estava reservado para um evento privado. A ponte romana é também um grande ponto turístico, que liga o próprio centro histórico à Torre de la Calahorra (que não visitámos). É uma cidade extremamente colorida, muito graças às imensas flores que adornam ruas, pátios, e jardins. A própria Callejon de las Flores é um exemplo disso e um atrativo por si só. Além da parte árabe, cristão, há também a parte judaica onde podemos visitar uma pequena sinagoga, esta zona é designada por Juderia. Embora haja muito local de escolha para jantar/almoçar, se querem comer razoavelmente bem (já que pagar bem pagam de certeza) convém estudarem um local antes…




Siga para aquele que seria a razão de uma viagem de 2000km: Caminito del Rey! Nos 1900´s os operários da hidroelétrica de El Chorro, precisavam de uma via que os ligasse entre os dois desfiladeiros (para manutenção, transporte de bens, etc). Assim se construiu um caminho estreito, penduricado nas rochas, com seções de 1mt de largo… aquando a inauguração, o Rei, para não perder o seu ar de poderio e capacidade física, atravessou parte do caminho, passando a tomar o titulo de Caminito del Rey. Durante os anos, a degradação foi-se apoderando do trilho, tornando-o um atrativo para amantes de alpinismo, caminhadas e emoções fortes no geral. Tanto, que pelo menos 3 pessoas perderam a vida tentando fazer este trilho. A parte gira da senda é que nós conseguimos ver o trilho antigo (por baixo do novo) e imaginar a emoção que seria atravessar aquilo há uns anos atrás. A frustração foi grande, e por várias vezes sentimos (senti) inveja dos que por ali puderam ir aos limites do medo de altura e perigosidade (até encontrar uma placa memorial aos que morreram, e aí senti-me bem por estar a fazer o caminho com guardas e estruturas de segurança a toda a volta! Tal texto tão emotivo empolgado não vos deve levar a crer que vão fazer algo aventureiro ou de “gande maluco”! É um trilho sem perigo, com todas a medidas de segurança, com novos e velhos, turistas de chapéu e calção, e turistas de Salomon sujas, com ou sem bengalas e sticks. Mas que é bonito é! e vale a viagem!






Feito este check na lista, tínhamos o resto da tarde para fazer o caminho montanhoso até Setenil las Bodegas. Uma aldeiazinha metida nas montanhas, literalmente. Alguém achou boa ideia aproveitar o afloramento rochoso, para o escavar, dar uma demão de tinta branca, por umas portas e janelas e chamar-lhe casa. E resultou! A vila é pequenina, com ruas estreitas mas cheia de vida, e, aparentemente uma Meca para motociclistas que querem aproveitar os primeiros raios de sol.



Fomos dormir a Ronda, outra terrinha com um cheirinho medieval, muralhas, e com a mesma mania aventureira de construir diretamente nas rochas (deve ser pancada do pessoal destes lados). A imagem de marca é a enorme ponte (enorme em altura) e os seus enormes arcos que liga a parte velha à parte nova. E é precisamente este o roteiro que devem fazer. Dar uma voltinha na parte histórica e dar outra voltinha na parte mais recente. É uma cidade também movimentada, cheia de comércio e turismo. Procurem um trilho que existe ao pé do miradouro e que vos leva a um ponto vantajoso para sacar a típica foto de Ronda.



A última etapa da volta à Andaluzia foi a outrora capital Sevilha. Será a cidade mais reconhecida e também a cidade maior. Sevilha deu-nos as boas vindas com 90min de uma espetacular procura por estacionamento. Pela primeira vez, vimos filas para entrar nos estacionamentos subterrâneos, que estavam lotados. Aconselhamos a deixarem o carro longe, assim que encontrarem lugar, e apanharem um autocarro ou algo do género até ao centro. Por sorte, lá estacionámos por 1€, num campo que parecia ter sido um palco de guerra.
Sevilha terá muito para ver mas o nosso tempo era curto e a primeira coisa que encontrámos e que desconhecíamos foi a Praça de Espanha com o seu majestoso edifício construído na Exposição Ibero Americana de 1929. Que fantástico monumento! Para variar, é algo mais recente que as típicas edificações monárquicas, mas não é contemporâneo. É colorido, é espaçoso, é agradável, está inserido num parque, ele próprio convidativo. É um bom sítio para simplesmente estar.




Ali perto encontramos o centro onde tudo acontece e onde está a famosa Catedral. Comprem os bilhetes online e poupem alguns minutos ou horas, nas filas. Os bilhetes permite uma visita à torre, que vos brinda com uma óbvia impressionante vista. A catedral por si é também digna de registo, se bem que na nossa opinião, a mesquita de Cordoba, atraiu-nos mais. Perto da catedral havia uma fila grande para mais qualquer coisa, que não chegámos a perceber o que era. E tal era o tamanho, que preferimos ir fazer um pouco de people watching! E que bom que é o people watching aqui. Muitos e bons artistas de rua!



Último dia, turismo parolo comercial e consumista a 100%! Isla Mágica! Qual o mal destes pequenos prazeres? Aí fomos nós para o parque de diversões, que fica bastante atrás do Port Aventura ao nível das diversões, mas que consegue ter vários espetáculos ao longo do dia, ocupando-nos interruptamente. Nesta altura as filas são quase inexistentes, o que tornou tudo muito agradável. A existência massiva de portugueses ajudou a lembrar-nos que já estávamos perto de território luso. De salientar que comemos o pior frango de churrasco de toda a nossa vida, o que por si já é uma experiencia nova e enriquecedora.

Voltamos a casa para preparar a próxima viagem “a sério”. É já daqui a um mês. Nos aguardem. Selamat tinggal! :)

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