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Barcelona, Espanha

Olá viajantes! 

Fomos aqui para perto desta vez. Ainda assim, deixem-me dizer-vos que Barcelona está cada vez mais cara. Os bilhetes, os transportes, a comida, etc. É uma cidade cara. Ainda que já tenhamos estado em todas as regiões espanholas, Barcelona nunca tinha merecido uma visita atempada e dedicada. 

Aproveitámos a vontade de recordar a nossa diversão da última vez que aqui estivemos há 10 anos, no Port Aventura, e agendámos a viagem de forma a conhecer melhor a cidade Catalã. 

Dia 1 
Iniciámos o percurso, de carro alugado, até o Mosteiro de Monserrat. Fica situado no topo da montanha. Deixem o carro um pouco antes de chegar ao topo e evitem pagar o estacionamento. Convém irem cedinho, senão não arranjam lugar. Melhor que poupar o estacionamento, é a oportunidade que têm de subir até ao mosteiro a pé, através de um trilho próprio, muito agradável. Ao chegar a Monserrat, deparam com um pequeno enclave com um mosteiro, igreja, hotel, restauração e alguns trilhos que se espalham pelo montanha, dando acesso a vários miradouros. Existe também funicular para a igreja de Santa Cueva. Pareceu-nos algo sem grande interesse turístico, mas sim mais religioso, e portanto não descemos até à capela. Mas existe também um trilho, que podem atacar para visitar a tal capela. Notem é que o regresso será duro. 




Dia 2 
Diversão total no Port Aventura. Mesmo sendo final de Abril as filas de espera rondam sempre 30/50min em cada atração. Ainda assim dá para nos cansarmos e rirmos bastante. 

Dia 3 
2ª visita à Sagrada Família. É de facto uma criação alucinada, que todos deviam visitar uma vez na vida. Não tem a ver com religião, nem com crenças, nem com patriotismos. Tem a ver com o facto de um homem, há dúzias de anos atrás ter uma visão arquitetónica e de engenharia, incrivelmente avançadas. Comprem a visita com audio guia, vale a pena. E não subam à torre, o dinheiro que se paga é demasiado para o que se vê. Além disso lembrem-se, vão ver gruas e trabalhadores; aquilo está constantemente em construção.
Depois, podem ver o típico cenário de urbe cosmopolita, com as suas famílias, malta hippie, pessoal mais novo, mais velho, de patins, bicicleta, trotinete; com óculos de massa, ou cabelo cor de rosa; para tudo isto e um pouco mais de people watching, sentem-se na avenida pedonal em frente do Arco do triunfo! Mais abaixo encontram o Parc da Ciutadella, onde o mesmo ambiente se mantém, mas mais acolhedor, natural, e relaxado.


Dia 4 
Las Ramblas. Essa grande avenida de movimento, comércio, charlatães, homens estátua, personagens sombrias, etc. não se sente o perigo que todos os sinais e recomendações mencionam. Mas pelo sim pelo não, façam como os outros, e andem com a mochila na frente e carteiras resguardadas. A meio, encontram o mercado La Boqueria, um mercado que só não vende carros porque não cabem lá. Têm de tudo, de todas as cores, cheiros, texturas; é bom para petiscarem aqui, para comprarem fruta exótica, enchidos de aspeto pecaminoso, e para sentirem o barulho e vibração da multidão. 

Ao fundo das Ramblas, estamos no porto marítimo, onde foi construída uma pequena Barceloneta, que se estende pela marginal, passando por várias praias. É um local veraneio onde se vêm iates, marinas, muita malta a fazer desporto no calçadão, muito movimento, restaurantes de marisco e vendedores ambulantes. Não tem propriamente um monumento ou local turístico, é mais pela zona e pela envolvente. Claro que se forem no verão, é o local ideal para darem um mergulho no mar.



Um pouco mais afastado do centro, deparámos-nos (depois de uma autentica caça ao tesouro) com os graffitis bem conseguidos em Poblenou. O bairro tinha aquela atmosfera característica de que nos iam assaltar a qualquer momento, mas que raio, já estivemos em sítios bem piores, não ia ser aqui que teríamos problemas. E não foi, os graffitis estão bem feitos, mas há-os muito melhores. Foi mais para conseguir um bilhete postal “off-the-beaten-path”. 
Voltámos às Ramblas...



Dia 5 
Casa Batló. Uma casa encomendada a Gaudi, novamente. E novamente, este “maluco” transformou aquele bloco de apartamentos num pequeno mundo encantado. A visita é feita de forma bem conseguida, através de um smartphone que fornecem à entrada, que juntamente com um audio guia, empresta-nos outros olhos para vermos uma realidade virtual, transportando-nos para o tempo em que a casa estava habitada. Não apanhámos muita gente, mas acredito que no Verão seja um berbicacho conseguir entrar sem estar horas na fila… este, e os outros bilhetes foram comprados online, antecipadamente.




Depois de mais umas caminhadas pelas Ramblas e ruelas adjacentes e transversais, encontrámos o Barri Gotic. Como o nome indica, um bairro de arquitetura gótica, medieval, onde há varias pracetas, artistas de rua, cafés e restaurantes e poucos carros. Foi aqui que fizemos o nosso melhor people watching. 
Encontrámos também perdida por estas ruas, a Sé de Barcelona, com entrada paga. O bom desta zona é que andem por onde andarem, nunca se perdem, vão sempre desaguar à avenida principal, às Ramblas. Foi também o que aconteceu ao encontrarmos o Palau da Música Catalã. Um edifício de arquitetura incrível; atrofiado entre outros edifícios, numa rua demasiadamente estreita para acolher tal infraestrutura. A fotografia não fica bem de nenhuma ângulo, parece que estamos a querer fotografar a torre Eiffel, a 5m dela. Por dentro é elegantemente bonita (dizem…). O bom senso orçamental dizia que era isto ou a casa Batló… agora sei que a melhor escolha era: aqui ou a Pedrera (e teríamos escolhido esta). É uma casa de espetáculos requintados, com um interior fabuloso. Procurem no tripadvisor e noutros fóruns por referências.


Da parte da tarde, fomos picar o nosso penúltimo bilhete, La Pedrera. Uma casa também encomendada a Gaudi. No entanto, face à Batló esta é bastante mais fraca, esteticamente. É mais normal… Tem histórias interessantes e elementos de engenharia também fabulosos, mas metade da visita assenta no conceito museu, com maquetes, e elementos estáticos. Se tiverem que escolher das duas, a casa Batló merece o prémio. É nesta La Pedrera que encontram uma imagem de marca de Barcelona, que são as chaminés com forma de cabeças de soldados medievais.




Dia 6 
Um dia de relaxamento, para visitarmos o Parc Guell. De quem? De Gaudi claro. O único bilhete que foi barato, e que permite uma visita em contacto com a natureza e com menos multidões e limites físicos. O parque exterior é de visita gratuita, mas vale a pena comprar o bilhete para a visita interior. Foi um dia em que escolhemos o autocarro como transporte favorito. O metro é rápido e prático, mas é uma seca… quente e abafado, monótono, pouco higiénico. No autocarro sempre dá para ver as pessoas e a cidade. E as linhas estão bem marcadas, sendo que o google maps tem conetividade com a rede e permite saber quanto tempo falta para o próximo autocarro.



Daqui fomos aos bunkers no Turol de la Rovira. Usados na guerra civil, como abrigo, passaram depois a ser usados como habitação, e hoje são ruínas de um passado tumultuoso, que permite a melhor vista (gratuita) da cidade.



Na outra ponta, em Montjuic, está o espaço que foi construído e edificado para os jogos olímpicos de 1992, memoravelmente marcado pela atuação do grande Freddy com Monserrat Cabelle. O espaço tem o estádio como peça central, tem um grande espaço livre, com árvores, laguinhos, fontes, e uma torre enorme que se vê de vários pontos da cidade. A zona está um pouco abandonada, à semelhança de muitos espaços deste género construídos para a festa mas que depois se deixam morrer. Perto daqui está o Museu Nacional de Arte da Catalunha, um edifício imponente, com uma vista privilegiada sobre o outro lado da cidade, onde podem relaxar à sombra, ou simplesmente caminhar por esta zona verde.




A vontade era ir ao cemitério de Montjuic, assim como visitar o museu de carroças fúnebres; mas um percalço nas paragens do autocarro levou-nos a dar uma volta completa com o motorista, parando no mesmo sítio onde arrancámos… 

Barcelona é uma cidade a visitar, com malta simpática, com assinatura incrível do Sr. Gaudi, com todas as vantagens e desvantagens de uma grande metrópole.

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