É com muito orgulho e prazer que abrimos aqui outro post,
desta vez com um destino mais exótico, diferente dos outros. A
justificação era suficientemente poderosa para, num clima de pouca abundância,
assumirmos esta empreitada. Os destinos desta viagem foram o urbano Dubai, e as exóticas
Maldivas.
A primeira impressão será para confirmar essa ideia que vos
paira na cabeça: sim, é uma viagem cara, e sim, é uma viagem longa. Também por
isso é que é diferente.
O Dubai acorda cedo, mas só se veste lá para as 10h, o que
nos obrigou a andar a pé. Das “atrações” que ficam mais fora de portas, está o
Burj AL Arab, o
hotel 7 estrelas. Estão obviamente à espera que vos diga maravilhas deste
hotel, que tem isto e aquilo, e podemos fazer assim e assado, mas a verdade é
que depois de 5km a caminhar sobre 40ºC e uma humidade que arranca a melhor
tinta Robialac do estuque lá de casa, o porteiro perguntou: têm reserva? Não?
Então só podem tirar fotografias da parte de fora. E assim ficou, a alguns
metros, este bonito hotel… à espera da hora do check in, para tomarmos um banho
e descansarmos um pouco, andámos a deambular pelas ruas da metrópole.
Passando agora para a cidade. É um destino turístico e
empresarial. Quem tiver dinheiro pode fazer e comprar várias coisas. E é este a
principal atividade de um turista. Aqui não há trilhos, nem lagos naturais
para se ir mergulhar, nem parques públicos, etc. Aqui, há parques aquáticos, há
safaris ao deserto, aquários, hotéis que só se veem na televisão. Quanto mais
tiverem dispostos a gastar, mais atividades há. Ainda assim, contando os
tostões, podem usufruir do ambiente, da cultura, da envolvência. Se gostarem de
arquitetura vão ficar deslumbrados com todos os arranha céus, com as suas
cores, é como se andássemos numa floresta imobiliária. E vão perguntar-se
muitas vezes: como é que nós humanidade, conseguimos isto?...
Depois de comprado o habitual íman, saímos
do edifício, e encontrámos uma praça vibrante. Cheia de gente, com um lago
artificial (como tinha de ser) Burj Khalifa Lake, rodeada de edifícios modernos, e outros com uma
arquitetura mais árabe. E ali estava ele, imponente, a tocar o sol, o Burj Khalifa. O
edifício mais alto do mundo. E isso não está só no papel, é sentido quando
estamos cá em baixo… é visitável até ao 124º andar, mas ele tem 163.
Visita essa que ficaria adiada para o dia seguinte. Aconselhamos a comprar o
bilhete (25€) com antecedência.
O dia não esperava e seguimos sem destino,
tendo encontrado a Dubai Marina
agradável, com a sombra fornecida pelos prédios ao redor. Um bom sitio para se
comer um gelado e passear. Alguns metros
adiante há uma relvado extenso que convida a um
descanso. Sempre a gastar sola, fomo-nos perdendo entre os arranha céus,
tentando encontrar uma das praias públicas. Mas sem sucesso. Os pés
queixavam-se, e o esforço que estava a ser investido não garantia retorno… o ponto de encontro seria novamente o Dubai
Mall e a sua praça. Ao cair da noite, o espetáculo de repuxos de água
repetia-se a cada 30min. A música ia mudando, e não nos importámos de ver por 4
vezes este bailado aquático. É à borla!!
O dia seguinte começou mais tarde, mas já sabíamos onde
íamos. A zona velha do Dubai, aquela que serviu de berço às trocas comerciais,
e ao crescimento da metrópole, está situada à beira do Creek, o rio que
atravessa esta parte da cidade. Encontramos aqui o Gold Souk e Spice Souk. E aqui encontramos alguma identidade
deste local do mundo. Uma área muito movimentada, com carrinhos de mercadoria
empurrados freneticamente por todo o lado. O Spice Souk, como se depreende, é
onde se compram e vendem milhares de especiarias. Sentem-se os aromas no ar. Vêem-se
várias cores e texturas. Facilmente nos perdemos nas ruas estreitas,
empoeiradas e atarefadas. Sem darmos conta passámos ao Gold Souk. O mesmo
conceito, mas agora o item de comércio é o ouro. Fios, brincos, relógios, tudo é amarelo, tudo
brilha e tudo está exposto como se uma loja do chinês se tratasse. Não chegámos
a perceber se era mesmo ouro, mas tinha de ser! É o Gold Souk! Só nos fazia
confusão saber que estávamos rodeados de milhões de euros, ali expostos, sem
vergonha, sem receios. E aqui já experienciámos a veia comercial dos árabes.
Numa rua de 1,5m de largo, fomos persuadidos a entrar numa loja de lenços, e
com um marketing incrível, lá compramos por 10€ um lenço de autêntica caxemira
(!). Se és o homem do casal, prepara-te porque é a ti que te vão solicitar mais
atenção. É uma rua apinhada, um paraíso para carteiristas, mas em nenhum
momento tivemos receio.
Depois deste aperto espacial, libertámo-nos para um sítio
amplo, o Creek Park.
Por 5€ podemos andar por este parque verde, com o rio a delimitá-lo. Está um
pouco abandonado, mas conseguimos ver a fauna e flora local, alem de vermos uns
camelos que alugam voltas de camelos, e que dificultam a realização de uma boa
foto. O autocarro para logo à beira deste parque, e foi com este transporte que
nos fomos embora. Tentámos procurar a praia pública (as outras praias estão
concessionadas aos hotéis), mas tornou-se complicado arranjar um algoritmo para
apanhar as várias linhas de autocarro necessárias.
Fomos almoçar a um outro
centro comercial que se via do metro, mas depois de se ir a um Dubai Mall, tudo
o resto parece um Minipreço… já cansados, mas animados com a última atividade
do dia à espera (a visita ao 124º andar do Burj Khalifa), fomos ao ponto
central, Dubai Mall, vimos mais um espetáculo da água, e deixámo-nos descansar
nas margens do lago. À hora marcada (no dia anterior) 21:30, entrámos para o Burj Khalifa. Muito rapidamente
subimos no elevador mais rápido do mundo, até ao 124º andar e: lá estava ela! A
vista noturna deslumbrante, sobre o Dubai. É a mesma vista que se tem do
avião, mas com 360º de amplitude, e com o tempo que quisermos para desfrutar
dela. Reparamos que há ainda muito espaço vazio, que convida construção de
mais um hotelzinho, ou um prédio de escritórios, mas vê-se também a marcada
identidade urbana deste país. É o sítio obrigatório para uma fotografia e para
simplesmente aproveitarmos o local. Dali conseguimos olhar para o resto do
edifício e perceber que há outro tanto de altura… incrível
Acordámos cedinho. Íamos para o paraíso! Depois de uma
agradável conversa com o taxista, encetámos 4h de viagem aérea. Chegámos a
Malé, a capital. Um aeroporto bem pequeno, confuso, com muitos guichés de
hotéis e operadores. Muita gente vestida de linho e sandálias. Fica à beirinha
do mar . Rapidamente fomos encaminhados para o ferry e sem
darmos por isso: estávamos num pequeno barco, antigo, a postos para o arranque.
Estava sol, e o entusiasmo disfarçou a ondulação do barco,
algo pronunciada no início da viagem.
1hr depois, chegámos às MALDIVAS (bem... já tínhamos chegado, mas referimo-nos ao dito paraíso)!! A 1ª impressão vai de encontro às
expectativas. Água clara, palmeiras, cabaninhas de madeira, sol e calor.
Foi-nos feita uma receção geral, percebemos que as pessoas que trabalham ali,
nas funções mais administrativas, são estrangeiros. Dizíamos nós: trabalham no
paraíso…
O nosso quarto também não dececionou. Sabíamos que tínhamos
escolhido um à beira do mar, mas há sempre o elemento surpresa. E a surpresa foi boa. Um quarto de madeira,
muito acolhedor, com AC, televisor, sofás, cadeiras, uma casa de banho ao ar
livres e
um acesso direto ao mar.
As fotografias valem mais que mil palavras, e não nos vamos
alongar a descrever algo que não ganha interesse por estarmos a escrever um
bonito texto. É um sítio que vale a pena ser visitado; se isso sempre esteve
nos vossos planos. Se ter o carimbo das Maldivas nunca foi um sonho vosso, na
nossa opinião, o dinheiro e tempo aplicado nessa viagem, não é compensatório. É
o mesmo que comprarem um Ferrari. Podem dizer que têm um, que guiaram um, e
mostrar as fotos dele aos amigos, mas no final do dia, ainda têm de andar com o
Opel para ir às compras e conseguir estacionar no subterrâneo.
Importa referir, quase em PS, que também chove no paraíso.
Apanhámos dias de chuva torrencial, e céu muito nublado. E isto pode afetar a
nossa disposição. É um risco que se corre.
No dia da despedida, uma vez que tínhamos muito tempo entre
o transfer e o avião, demos um salto a Malé. E mesmo tendo sido apenas um par
de horas, foi uma visita muito interessante. Não há muito para visitar, mas o
tipo de turismo deambulante é o adequado para aqui. Caminhem pelas ruas,
apreciem o transito, a falta de capacetes, a imensidão de motas, os mal
tratados táxis, etc. se tiverem sorte vão encontrar o mercado e logo ao pé, uma
espécie de um porto, onde atracam os barcos, que trazem tudo aquilo que Malé
consome. Estamos a falar de um local que importa quase tudo. A desorganização e
lixo é bem visível, mas os locais convivem bem com ela; e se eles convivem, nós
também nos habituamos.
Apreciem as fotos e preparem a vossa viagem com
antecedência. O Dubai é um destino caro, e as Maldivas… são as Maldivas.
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