Fim de semana em Março
Em tempo de chuva, tivemos o padroeiro dos turistas (que existirá algum com certeza) do nosso lado. Um tempo fantástico. Se tivéssemos levado t-shirts não seria mal pensado.
O destino era Viana do Castelo, por nunca ter sido devidamente explorada e porque, parecia bem nas imagens da internet.Partimos na sexta à noite. Escusado será referir novamente o abuso de portagens que se paga. Aliás, pagámos mais de portagens do que de gasóleo, é verídico.
Encontrámos uma residencial boa e barata – Pensão Residencial Laranjeira. E porque era realmente boa (não que fosse uma pechincha) convém descreve-la. Pequena, com um staff espectacularmente simpático e prestável. Completamente renovada, quartos pequenos mas muito acolhedores, decoração minimalista e moderna, bom pequeno-almoço. Só tem a desvantagem de ter um estacionamento pago, e à volta não haver muitos disponíveis, pois situa-se no centro de Viana. Também é fantástico o wc dos quartos, pois é em acrílico, e se estiverem bem acompanhados poderá ser vantajoso…
Sábado
Como referi, tempo espectacular. Depois de um bom e grande pequeno-almoço (pecaminoso até), como todos os que se tomam em hotéis e afins devem ser, seguimos para o centro histórico. Viana é uma cidade muito bem arranjada, limpa, organizada, com autóctones simpáticos e prontos a ajudar, e com um ambiente seguro.
Podemos encontrar o Museu do Traje, possivelmente o ex-líbris do sítio. Facilmente nos vem à memória o ouro e as vestes tradicionais de Viana… será um sítio interessante para se visitar, com certeza. E foi com esse espírito e pensamento presente, que ao repararmos que esteva ainda fechado, adiámos a visita para mais tarde. Até então….
Não há muito para descrever em pormenor…. Resume-se a calçarem umas sapatilhas e darem uma caminhada pelo sitio, tirarem umas fotografias e conhecerem os cantos à casa.
Dirigimo-nos então para a marginal, também ela com vistas bonitas, e com o imponente Gil Eanes, o navio hospital. Em vez de fazer um copy paste do wikipedia, creio que vale bem a pena os 2.5€ que pedem para fazer a visita. Demora à vontade 1h e é um “museu” interessante e diferente do que se costuma ver.
Porque a crise está na moda, e porque o grande e capitalista comércio de elevada escala tão prontamente nos apresenta preços convidativos, fomos almoçar ao Centro Comercial Estação. Que fica ao pé da estação de comboios, convenientemente situado. Nem tudo é no entanto fútil e de pouco valor; o centro tem uma esplanada com uma vista fantástica, e onde as gaivotas aprenderam que os humanos são uma espécie por vezes não tão limpa e neste caso, pacifica. Razão suficiente para atacarem os restos de um BigMac ou de uma sandoxa que ficou para trás em cima de uma mesa. Tudo isto cria uma proximidade de penas, pó e barulho, que se torna interessante.
Logo ali à beira, encontramos o elevador do monte de Sta. Luzia. O elevador mais extenso de Portugal (espero não estar errado). O preço a pagar é sempre mais elevado do que ir a pé ou de carro, mas já que era para conhecer…
A tarde continuava solarenga e justificava-se um passeio ao longo do rio, e na sequência, na costa. Podíamos optar por alugar uma bicicleta e com certeza iríamos conhecer mais coisas em menos tempo, mas o seu preço horário não era convidativo. Seguimos a pé. As praias são sempre muito pedregosas e por norma com um areal pouco extenso, ainda assim, existe uma eco via ao longo da linha costeira que incita muita gente a caminhar, andar de patins, bicicleta, etc. Chamou a atenção o facto de, ao contrario do que estamos habituados, os terrenos contíguos à costa, estarem nus, com cultivos particulares, ao simplesmente ainda num estado selvagem. O acesso à praia nestas zonas é feito muitas vezes por trilhos. É agradável ver uma zona balnear sem hotéis e pensões a 4 metros da praia.
O cansaço começava a chegar, e depois de muito andar, chegamos novamente ao centro de Viana e sentámo-nos numa das muitas esplanadas existente na avenida (que, infelizmente não sei o nome) que vai dar a estação. Tempo agradável, pessoal a passear, ambiente de fim-de-semana, um bom final de tarde.
Mas não foi para estar na esplanada que viemos e logo nos pusemos a dar à sola. Fomos tomar um já merecido banho para então irmos trincar qualquer coisa ao sítio do costume. Que neste caso não era o Pingo Doce mas sim o centro comercial. Sim, confessamos que a parte gastronómica ficou desfalcada nesta viagem; mas por preguiça e economia deixámo-nos acomodar por ali.
Nessa noite, dizia-se que iríamos ver a maior lua cheia de todos os tempos (ou de alguns tempos a para cá…). Armado de máquina e tripé lá se tirou a fotografia de recordação, mas a lua só estava enorme na imaginação e vontade do fotógrafo em registar tal momento. Depois de analisar o retrato constata-se que estava exactamente do mesmo tamanho que sempre esteve. Veio-se a saber que para testemunhar tal fenómeno deveríamos estar cá fora à hora de jantar, precisamente quando estávamos enfiados no centro comercial a comer o Menu 3…
Nessa noite, dizia-se que iríamos ver a maior lua cheia de todos os tempos (ou de alguns tempos a para cá…). Armado de máquina e tripé lá se tirou a fotografia de recordação, mas a lua só estava enorme na imaginação e vontade do fotógrafo em registar tal momento. Depois de analisar o retrato constata-se que estava exactamente do mesmo tamanho que sempre esteve. Veio-se a saber que para testemunhar tal fenómeno deveríamos estar cá fora à hora de jantar, precisamente quando estávamos enfiados no centro comercial a comer o Menu 3…
Domingo
O dia da partida. Decidimos ir mais a norte ver rapidamente Vila Praia de Ancora, Caminha e por ai fora.
Fomos um pouco sem destino e íamos parando onde nos apetecia. Não há muito a registar. Vila Praia de Ancora inspirava a mim pessoalmente, um interesse especial, pois é o berço de um grande artista português, que todos admiramos, mesmo que não o admitamos. Contava encontrar uma casa com uma placa dourada perpetrada a néones, dizendo: aqui mora Quim Barreiros, com roulottes de fartura e senhoras a vender tremoço, com 2 seguranças de fato escuro e uma áurea de glamour… mas não encontrei sequer a mais remota pista. O que encontramos sim, foram muitas gaivotas e muitos pescadores. Uma típica Vila piscatória.
Caminha é uma vila (gosto de chamar vila às localidades pois nunca sei se são cidade, freguesia, distrito, conselho, etc. vila é uma identificação catita e que não ofende) sossegada, pequena, arranjada, com umas vistas bonitas sobre o rio e com muito pouco sítio para se comer… pelo menos a um domingo.
E assim se fez o domingo. Fizemo-nos à estrada já a pensar na próxima…
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